quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Plan 9 From Outer Space (EUA, 1959)

Filme: Plan 9 From Outer Space / Plano 9 do Espaço Sideral
Diretor: Edward D. Wood Jr.
Ano: 1959
País: EUA
Duração: 79 minutos
Elenco: Gregory Walcott, Mona Mckinnon, Duke Moore, Vampira, Bela Lugosi, Criswell
IMDb: 3,8



"Estamos todos interessados ​​no futuro, por que é onde você e eu vamos passar o resto de nossas vidas. E lembre-se meu amigo, eventos futuros como estes irão afetá-lo no futuro." Criswell e suas previsões.

Muitos consideram Plan 9 From Outer Space um dos piores filmes já feitos, motivo que o tornou tão popular, embora saibamos que existam coisas bem piores. 

Logo no início começamos a ver o motivo de tal fama. Após a incrível previsão citada no início deste texto, um avião é surpreendido por um disco voador (uma tampa de panela segurada por um fio).  O interior do avião é de uma tosquice ímpar, com destaque para o manche do piloto e a cortina de banheiro ao fundo. Sem contar o discreto microfone aparecendo na parte superior da tela.


Após um passeio pelos céus, o disco voador pousa em um cemitério. De trás das tumbas sai uma mulher morta (Vampira, em seu papel clássico) e, enquanto ela aparece num cenário à noite, os coveiros que se assustam com sua presença, ainda estão na luz do dia! Mais tarde os coveiros são encontrados mortos pela polícia, que passa a investigar o caso. 


O disco voador volta a atacar com suas luzes e um homem que acabara de morrer (o húngaro Bela Lugusi, com seu clássico traje de Drácula) sai de outra tumba (porém, nesta cena já não é mais Lugosi, e sim seu sósia) . Ele e Vampira atacam o inspetor Clay (Tor Johnson, um ex-lutador de luta livre que fez vários filmes com Ed Wood), que atira neles, mas sem resultado e acaba morrendo. Interessante é o cenário tosco do cemitério feito de papelão e com uma estranha neblina apenas em uma parte do cemitério.
Vários discos voadores aparecem na cidade, em efeitos dos mais convincentes, sobrepondo-se à cenas de locais da cidade.


O exército é convocado, com imagens de arquivo de mísseis sendo disparados e caças sobrevoando, se misturando a tosquice do filme, com o coronel em uma sala sem fundo. Os três discos voadores ficam balançando nos céus, (quase sempre com o mesmo fundo), enquanto as explosões (que mais parecem estalinhos) não são capazes de abatê-los.


Depois disso as naves voltam para a central, que mais parece um pogobol metálico, para receberem a recarga. Os alienígenas tem a mesma forma que humanos e falam sobre o plano 9. Trata-se de uma medida para ressuscitar os mortos com suas armas de eletrodos  Eles não controlam os mortos, apenas os ligam/desligam com suas armas, que são jogadas no chão para voltarem a funcionar, quando estas falham. Realmente um povo muito avançado.


O piloto do avião, voa novamente e faz uma ligação diretamente do avião para a sua esposa. A tonta não fecha a porta dos fundos e é atacada e perseguida por um defunto (novamente o sósia de Bela Lugosi, fisicamente bem diferente), com toda a sua agilidade. Naturalmente ela vai para o cemitério, enquanto, repetidas vezes, uma hora está claro, outra está escuro, dependendo do ponto de vista, mostrando que Ed Wood realmente se preocupava em fazer algo bem feito e de qualidade, refazendo milhares de vezes cada tomada (não). Após ficar noite mais uma vez, o inspetor Clay ressuscita e ficam passeando infinitas vezes pelo mesmo cenário enquanto, é claro, continua alternando entre o dia e a noite. 


Os militares com toda a sua inteligência desenvolvem um tradutor para qualquer idioma, mesmo os desconhecidos!! Este grava as transmissões alienígenas que revelam que estes seres são muito mais evoluídos que os humanos (tanto que até sabem que eles inventaram este tradutor universal!). Eles questionam os humanos que se acham os únicos no universo e que com suas armas nucleares colocam todo o universo em risco, e dizem que vieram salvar a terra. Eles pedem para os discos não serem mais atacados, porém, como isto não é respeitado, acabam sendo como os humanos: intolerantes. Assim, eles, para salvarem o próprio planeta tentarão destruir a ameaça terráquea.

Os policiais e o piloto, que até recebe uma arma dos oficiais, chegam até a nave escondida e, para o nosso espanto, a nave não tem o formato arredondado de uma tampa de panela, como vimos nos céus, mas sim quadrado, parecendo um prédio! Talvez a nave possa se adaptar a diferentes formas, deve ser isso. Detalhes à parte, eles entram na nave sem problemas e lá encontram os extra-terrestres, que não parecem tão evoluídos como dizem. Ele volta a falar nos perigos que os humanos podem criar para todo o universo e que, para sobreviverem, precisam destruir o planeta terra e fala, até mesmo que também foram criados por deus. Realmente não são nada evoluídos.

Os terráqueos ainda são melhores lutando e conseguem derrotá-los e destruir os equipamentos cheios de luzes piscantes e saírem a tempo, antes da nave sair voando em chamas e explodir.

Com toda a onda de filmes Sci-Fi dos anos 50, com histórias de ameaças alienígenas, numa época de guerra fria, Ed Wood também não podia deixar de fazer a sua obra do gênero. O filme foi produzido em 1956 e somente em 1959 foi comercializado. Foi financiado pela Igreja Batista, sob o pretexto de, com o sucesso do filme, filmar 12 filmes sobre os apóstolos. O nome original do filme seria Ladrões de Túmulos do Espaço Sideral, mas como a igreja não gostou, foi alterado para Plano 9 do Espaço Sideral. Ele e sua equipe chegaram a serem batizados pela igreja para conseguir o financiamento. Ed Wood ainda teve que dar um dos papéis principais, o do piloto, para um integrante da igreja.

Vampira, na época estava em decadência, acabara de ser demitida do programa de TV que apresentava e assim como o personagem de Bela Lugosi (ou seu sósia), acabou apenas andando de um lado para outro no diminuto cenário sem falar nada e sempre com a mesma expressão. Na época, Lugosi, depois de estar falido e drogado, acabara de morrer. As cenas em que aparece seriam do filme "Tomb of the Vampire", quando Lugosi morreu no início das filmagens, mas acabaram sendo aproveitadas em Plan 9 From Outer Space. Por isso a necessidade do sósia atuar cobrindo o rosto, mesmo assim nota-se que é um homem mais jovem, magro e alto que o original.

De fato o filme é muito ruim e mal feito, com microfones aparecendo, atuações horríveis, gritos descontrolados, efeitos e cenários (principalmente o cemitério e a cabine do avião) nada convincentes, atores lendo o texto, as citadas mudanças repentinas de dia/noite, o disco voador tampa de panela (que é na verdade quadrado) que sempre aparece no mesmo fundo, além de uma narração querendo ser poética, muitos diálogos inúteis, cenas repetidas, a utilização de cenas de arquivo, roteiro furado... ufa! Algo interessante é a trilha sonora, que não chega a ser ruim. Tudo isso feito com o orçamento de $ 60.000, que acho até que foi gasto muito para este filme que não tem nenhum cuidado com a qualidade. Mesmo assim é um filme divertido, certamente não é o pior filme de todos os tempos, como foi eleito e coloca juntos em tela zumbis, vampiros, alienígenas e "grandes" estrelas do horror. 

E além disso, não sei se foi a intenção de Wood, mas pode-se ver o filme também como uma critica à contínua busca por aperfeiçoamento tecnológico e bélico, sendo a maior ameaça para o planeta e todas espécies que vivem nele. 

E mesmo que Ed Wood tenha sido um péssimo diretor e sem talento para tal, era apaixonado por cinema e fazia o possível para realizar os seus filmes, sempre com criatividade e improviso para contornar o baixo orçamento, sendo além de diretor, também roteirista e ator. 

2 comentários:

  1. Olá Allan!

    O blog está muito tri!

    Adicionei ele lá no Horror em Blog.. espero que não se importe!

    Abraços

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    1. Claro que não, Cíntia, também já adicionei o teu blog aqui.
      Obrigado pelo comentário e volte sempre.

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