terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Plaga Zombie (Argentina, 1997)


Filme: Plaga Zombie
Diretor: Pable Parés, Hernán Sáez
Ano: 1997
País: Argentina
Duração: 67 minutos

Plaga Zombie é um filme argentino produzido em 1997 pela independente Farsa Producciones, produtora que já existe há cerca de 20 anos. Sem delongas, vamos à história:

Bill Johnson (Pable Parés) e seu amigo Mike Taylor (Walter Cornás) estão no quarto conversando, quando Mike começa a ouvir sons estranhos e é aparentemente atraído para o terraço do prédio, onde é abduzido por alienígenas, extremamente TOSCOS, diga-se de passagem, que fazem experiências sangrentas com ele. Ele volta, mas começa a se sentir mal e feridas horríveis passam a surgir em suas costas. Bill, que é um estudante de medicina, tenta tratá-lo e é contatado por John West (Berta Muñiz), que o pede para ajudar um amigo com sintomas similares. Logo os dois doentes transformam-se em zumbis. Parece que os alienígenas não perderam tempo, pois já haviam feito o serviço em mais vítimas, e começam a surgir zumbis de todos os lados invadindo a casa. 


Max Giggs (Hernán Sáez), o amigo nerd perito em computadores, aparece na casa e é atacado por uma legião de zumbis, que naturalmente não o farão mal, já que ele é um dos principais personagens e não poderá morrer ainda, e logo se dão mal e conhecem a força dos punhos de John, um famoso ex-lutador de luta-livre, que com seu chapéu de cowboy e uma camisa parecendo um MAIÔ DE ONCINHA, trata de dar uma lição nas criaturas rastejantes com suas melhores armas: seus braços e pernas. 

Eles conseguem escapar e Max diz que precisa fazer um antídoto para combatê-los, porém, os materiais necessários estão no sótão. 

Bill se disfarça de zumbi com os restos de um deles e vai em busca dos materiais, mas logo é descoberto quando um dos zumbis lança um JATO DE VÔMITO verde em sua face, fazendo escorrer todo o seu disfarce. Ele então foge e encontra em uma sala um DESFIBRILADOR (é sempre bom ter um destes em casa, não sei como ainda não tenho um). Assim, por meio dos choques do aparelho, ele consegue se livrar de alguns e voltar ao encontro de seus dois amigos. Porém, os zumbis não são tão idiotas como aparentam, pois eles podem fumar, beber, jogar cartas e até mesmo chamar uma pizza, não pagar e ainda matar o entregador a facadas.

Max abre a porta e vê um MOUSE no chão (boa forma de atrair um nerd de computadores), não resiste e tenta pegá-lo, mas isto poderia ser uma armadilha dos espertos zumbis, que o pegam. Estes zumbis são criativos e sabem como se divertir. Eles amarram Max e com um cortador de grama fazem um pequeno estrago em sua cabeça. 


Black metal zombie?
Rapidamente e surpreendentemente, Bill desenvolve o antídoto para esta praga até então desconhecida, e numa de Dr. West, saí com seu jaleco branco e com uma cartucheira de seringas, juntamente com Bill e sua roupa de oncinha ridícula e calça justa que já deveriam ser suficientes para afastar qualquer ser morto ou vivo. O antídoto realmente funciona tornando os mortos-vivos, apenas mortos novamente. Daí em diante eles vão matando os mortos de várias formas divertidas. Na seqüência ainda temos um dos zumbis fazendo malabarismo com cérebros, entre outras peripécias, e algumas surpresas no final.
Não espere sustos com este filme, os zumbis multicoloridos (feitos com corante para bolos), e
 outros efeitos com massa de modelar, e o que mais encontrassem em casa, estão mais para divertir do que ameaçar. E nesta proposta de diversão, o filme é bem legal, ainda mais considerando os pouquíssimos recursos utilizados, que segundo o IMDb foi de somente $120,00, e também por ter sido feito na Argentina em 1997, que, diferente de agora, não era uma época em que novos filmes deste gênero surgiam a cada semana. Um filme criativo e honesto feito por jovens que gostavam do cinema de horror e que, mesmo sem dinheiro, mostram muito esforço e dedicação. 


Outra coisa legal é que os três principais personagens são bem marcantes e não é difícil simpatizar com eles, cada um com suas características que ficam na memória. Algo que acho não ser necessário é esta tentativa de americanizar o filme, como por exemplo, os nomes dos personagens ou de colocar o FBI na história. Nada que comprometa a diversão, mas típicos nomes latinos seriam interessantes.





O filme foi escrito e dirigido por Pable Parés e Hernán Sáez, que também interpretam os heróis Bill Jonhson e Max Giggs, respectivamente.

Plaga Zombie faz várias referências a Re-Animator, Fome Animal e principalmente Bad Taste.

A saga Plaga Zombie não parou por aí, foram feitas mais duas seqüências para o filme: Plaga Zombie: Zona Mutante e Plaga Zombie: Zona Mutante: Revolución Tóxica, e existe até um desenho animado inspirado nos três caricatos heróis. No site da Farsa podemos encontrar maiores detalhes sobre esta trilogia, com informações técnicas e fotos.
A Farsa Producciones disponibilizou este e outros de seus filmes no youtube. Não deixem de conferir!

Sobre os outros filmes falarei mais adiante.


IMDb: 5,6

Minha Nota: 6,8

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fome Animal (Nova Zelândia, 1992)


Filme: Fome Animal (Braindead / Dead Alive)
Diretor: Peter Jackson
Ano: 1992
País: Nova Zelândia
Duração: 104 minutos

Como ter um blog dedicado aos filmes trash e não falar desta pérola? 
O filme é datado de 1992 e foi o terceiro longa metragem de Peter Jackson como diretor, produzido na Nova Zelândia, seu país de origem. Ele que, como todos sabem, há algum tempo vem fazendo filmes mais rentáveis e menos sangrentos, infelizmente, mas que não são assunto de interesse deste humilde blog. Porém, seus filmes anteriores são dignos de uma menção, foram eles: Meet The Feeble de 1989 e o ótimo Bad Taste de 1987, seu primeiro longa, que no Brasil foi lançado com o infame nome de Trash - Nausea Total. Este é um filme que certamente merecerá maior atenção em um post futuro. 

Voltando ao filme então, esta obra-prima dos filmes B e trash é uma película de horror, que chegou a ser considerado um dos filmes mais sangrentos ou gore já feitos. E toda esta carnificina e nojeiras é aliada com boas doses de humor negro, tornando o filme altamente divertido. Aqui temos o monstrengo macaco-rato da Sumatra, feito em stop-motion; temos zumbis; temos um padre que luta kung fu e chuta traseiros pelo Senhor; temos bebês zumbis sendo triturados no liquidificador; temos uma festa zumbi regada a litros e mais litros de sangue que jorram quando Lionel abre caminho em meio a multidão com seu eficiente e inesquecível cortador de grama. Temos ainda, membros decepados como se fossem feitos de manteiga. Ou seja, cenas marcantes e tocantes que formam caráter e nos dão saudades daquelas longinquas tardes onde podiamos ver esta e outras maravilhas do cinema no Cine Trash.


Alguns filmes merem ser detalhados do início ao fim, e este é um destes, portanto, se ainda não viu o filme, o texto abaixo contém spoilers. Embora este seja o tipo de filme que spoilers não irão prejudicar tanto, pois não é daqueles com reviravoltas e finais inesperados, apenas diversão e sangue sem limites. O que fazem desta obra, um filme para ser visto muitas e muitas vezes.



O filme tem início na Ilha da Caveira em 1957, onde uma expedição captura o macaco-rato da Sumatra e o levará para o Zoológico na Nova Zelândia. Após fugirem dos índios, que não querem que a criatura saia da ilha, o macaco-rato acaba mordendo o chefe da expedição. Os habintantes locais que estavam com ele ficam em alerta, pois a mordida deste macaco é chamada de Sengaya e ela é o próprio mal. Sem hesitar eles cortam o braço do sujeito e a cada marca de sangue que vêem, acham ser outra Sengaya e decepam o membro, inclusive a cabeça. Assim começa o filme. Mas de alguma forma o macaco-rato acaba indo para o zoológico, quando mostra um avião em miniatura transportando-o.

A seguir vemos Paquita, uma latina que trabalha em um mercadinho. Ela decide ver nas cartas quem será o principe encantado. Logo em seguida entra na loja o atrapalhado Lionel, ele desajeitadamente deixa cair uns lápis formando o símbolo do homem escolhido, que Paquita acabara de ver nas cartas. Decidida que Lionel é o seu homem, ela vai até sua casa fazer a entrega das mercadorias e marca um encontro com ele no zoológico. Porém, sua mãe autoritária, com medo de perder seu filho escravo, os segue. Lá está o macaco-rato da Sumatra em sua jaula, que mata sem piedade outro macaco. É quando entra um funcionário do zoológico para retirar o corpo do pobre macaco, que ele conta como surgiram estes bichos. Segundo a lenda, os macaco-ratos eram gigantes ratazanas que haviam sido estupradas por macacos na Sumatra, assim surgindo esta cruel e maligna criatura que era usada em rituais de magia negra.


Logo após, a mãe de Lionel que os estava a espionar, tropeça em uma casca de banana e acaba caindo contra as grades do terrível macaco-rato, que a morde. Ela ainda consegue matá-lo pisando em sua cabeça, mas o Sengaya já estava consumado. 

Em outro grande momento do filme, quando Paquita visita Lionel, o cachorro dela é comido pela mãe de Lionel e Paquita fala: Sua mãe comeu o meu cachorro! Enquanto Lionel tira os restos do bicho e responde "Não todo". Essa fala de Paquita tornou-se o título do filme em espanhol: "Tu madre se ha comido a mi perro".

Sua mãe começa a ficar doente e se desmanchar, onde numa bela cena, sua orelha cai em sua sobremesa, e é devorada por ela mesma, sobrando apenas o brinco. A enfermeira é chamada, mas ela não resiste e morre. Mas logo volta a vida e mata a enfermeira a transformando em zumbi também.

Lionel as prende no porão, lembrando o Evil Dead. E depois passa a aplicar nelas, seringas com tranquilizantes talvez referenciando Re-Animator.


Após o velório de sua mãe, por algum motivo Lionel vai ao cemitério desenterrá-la, mas é surpreendido por uma gangue. Não demora até serem atacados pela mãe morta, passando a transformá-los em zumbis, em uma possível referência ao filme A Volta do Mortos-Vivos. Então que surge o padre com sua intevençao divina, ele acaba com os zumbis com seu kung fu. Em umas das melhores falas do filme, ele fala: "I kick ass for the Lord". Mesmo assim, seu kung fu celestial não salva sua vida.



Em uma divertida cena, Lionel alimenta e dá tranquilizante ao zumbis no seu porão, sempre despistando o seu tio oportunista e escapando de Paquita para que ela não saiba sobre os zumbis. Em um momento, enquanto esconde-os de seu tio, a enfermeira e o padre protagonizam um cena de sexo zumbi em que a enfermeira arranca a boca do padre com um beijo apaixonado.



A reprodução zumbi é muito rápida, pois logo a seguir já temos o fruto do romance dos mortos: um bebê. A cena seguinte mostra Lionel passeando no parque com o pequenino zumbi sapeca. Esta cena foi filmada em dois dias com o valor de $ 45.000 que havia sobrado do orçamento total do filme, estimado em $ 3.000.000.


Seu tio descobre sobre os cadáveres no porão e chantageia Lionel para dar-lhe a casa ou lhe entregar à polícia. Com a nova casa, o tio já chama muitas pessoas para dar uma festa. Enquanto isso, Lionel no porão dá um veneno, que depois vê que se trata de um estimulante animal deixando os mortos muito mais vivos, insanos e fortes. 

A partir de então eles adentram e esquentam a festa tornando todos também zumbis, arrancando costelas, e garantindo as maiores diversões. Vemos muitas cabeças cortadas, corpos decepados ao meio. Temos até algo que me lembrou o filme Street Trash, quando um zumbi com apenas meio corpo entra no vaso e dá a descarga em si mesmo. Enquanto isso o bebê é chutado e voa, vai para no liquidificador e apronta muitas confusões. Ainda na festa temos tripas que atacam e liberam gases e por aí vai. 









No porão a mãe de Lionel transforma-se em um gigante monstro. E para colocar um fim nisto tudo, Lionel abre a porta com seu cortador de grama e sua célebra frase "A festa acabou". Aí segue uma indescritível carnificina em uma cena onde foram bombeados cinco litros de sangue por segundo.

Por fim, após muito sangue jorrado, a gigante e monstruosa mãe de Lionel, faz com que ele volte de seu lugar de origem, sua barriga. Mas, ele é salvo por seu amuleto, e consegue abrir a barriga da velha e sair em uma cachoeira de sangue, onde foram usado 300 litros de sangue falso.

O nome original do filme é Braindead, mas nos EUA foi lançado como Dead Alive por já havia um filme chamado Brain Dead, no Brasil como Fome Animal e em Portugal como Morte Cerebral. O filme foi filmado em onze semanas, seu roteiro foi escrito por Stephen Sinclair e os efeitos gore e animações stop-motion foram feitos por Richard Taylor.


Além dos filmes já citados, Fome Animal faz referências a outros, como Psicose (1960), onde o filho era submisso à autoritaria mãe, ou A Noite Dos Mortos Vivos de 1968, onde as portas são tapadas com tábuas para evitar a entrada dos zumbis. Até mesmo ao Monty Python - Em busca do cálice sagrado (1975), quando o Cavaleiro Negro tem todos os membros cortados, na cena do cemitério com o Padre MacGruder, o mesmo acontece a um personagem. Há a cena onde o bebê zumbi é colocado no liquidificador, como em Gremlins, de 1984. Também temos referências ao Evil Dead, onde a serra elétrica é substituída por um cortador de grama para destroçar os zumbis, embora o uso do cortador de grama pode ser referenciado mais específicamente ao A Noite Dos Arrepios, de 1986. Além, é claro, de ter servido e ainda servir de inspiração para um infinidade de filmes trash.

Outras curiosidades sobre o filme:
A música tocada no órgão na cena do velório é Sodomy, do filme anterior de Peter Jackson, Meet The Feebles.
Quando alugado na Suécia, o filme vinha com sacos de vômito suplementares
Peter Jackson como aficcionado por King Kong, deu o nome da ilha onde o macaco rato é capturado de Ilha da Caveira, local onde o gigante macaco também teria se originado, como no filme de 1933. Mais tarde, em 2005, filmou uma nova versão de King Kong no mesmo local.
A duração do filme original tem 104 minutos, mas houveram diversas versões com cortes, com 99, 97, 92, 85, e até 80 minutos.

Minha Nota: 9,5

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tokyo Gore Police (Japão, 2008)


Filme: Tokyo Gore Police (Tôkyô zankoku keisatsu)
Diretor: Yoshihiro Nishimura
Ano: 2008
País: Japão
Duração: 110 min.















Em um futuro que não parece ser muito distante, a polícia de Tóquio é privatizada. Seus policiais usam uniformes parecendo de samurais e tem práticas extremamente violentas para eliminar os criminosos. Os assassinos, não menos violentos, tem uma pequena peculiaridade: são como uma espécie de mutantes, que quando atingidos, suas feridas tornam-se armas letais, e são conhecidos como "engenheiros". 
Estes seres possuem dentro de seus corpos, uma chave que parece ser feita de carne e sangue, e somente podem ser mortos quando esta chave é destruída ou removida deles. Mas a polícia tem sua arma para conter estes violentos assassinos, e ela atende pelo nome de Ruka, a caçadora de engenheiros. Ela entrou na polícia para vingar a morte de seu pai, que também era um policial. A primeira vista ela parece ser uma inofensiva garota de saia e cinta-liga, mas é cruel e impiedosa com sua espada samurai. Ela até chega a receber uma medalha por matar 50 destes perversos seres.  


Para exemplificar as capacidades de regeneração dos engenheiros, vemos serras elétricas se formando no braço decepado de um deles ou uma bazuca peniana, em substituição daquele membro. O próprio vilão conhecido como Key-Man, que Ruka desconfia ser o assassino de seu pai, tem metade de sua cabeça cortada horizontalmente em uma luta com ela, mas isso o torna ainda mais poderoso quando em seus olhos crescem metralhadoras que atiram balas sangrentas. Ainda tem o famoso caso da mulher que tem suas pernas substituídas por uma boca de jacaré e também há uma colegial que após ser atingida, expele um líquido verde corrosivo de seus seios mutantes, entre várias outras bizarrices exageradamente trash. 



Também temos outros personagens que chamam a atenção, como o estranho legista com um tapa-olho e cabelo moicano colorido. A sexy loira que faz as chamadas da polícia, que mais parece estar em uma festa. Em suas aparições vemos luzes e até um toca-discos ao fundo. Também temos a bizarra "Dog Girl", que é uma mulher com os antebraços cortados e com as pernas cortadas nos joelhos que é amarrada e puxada pelo chefe da polícia, este que usa chifres em seu capacete de samurai. 
Mais tarde esta Dog Girl tem os membros completados com espadas, e quando ligada no modo "Maníaca Depressiva" se mostra uma perigosa e hábil arma destrutiva. 

É uma situação mais absurda atrás de outra, quando achamos que nada mais pode acontecer, a Ruka se depara com um inimigo cuja arma é uma bazuca de seis canos, que usa como balas, punhos humanos. Mais absurdo ainda é a forma de Ruka para se livrar desta ameaça.







Outra coisa interessante do filme são os sarcásticos comerciais repletos de humor negro, que são passados no decorrer da película, mostrando a violenta ação da polícia executando assassinos ou mostrando produtos que auxiliam no suicídio, como em um onde três colegiais mostram um cortador de pulsos colorido com um moderno design. Outro ainda mostra um controle de execução, que tem o formato de uma faca e funciona similarmente ao Nintendo Wii, onde as famílias podem executar assassinos reais através das TVs de suas casas. Tudo muito prático e divertido. Mais um destes comerciais, mostra a ação da polícia matando um assassino em frente a algumas crianças, que depois jogam futebol com a cabeça do defunto. 


Para termos a noção do nível de trash que está por vir, logo no início Ruka usa uma bazuca para chegar ao terraço onde está um dos engenheiros. Ela se segura na arma e atira contra o chão, fazendo-a voar e chegar rapidamente ao seu destino. Rapidamente ela consegue eliminar o mutante assassino canibal, que a polícia, após acertar uns 900 tiros não consegue matar. Ela tem o jeito para isso e sem problemas o despedaça todo. 


Eu diria que os efeitos especiais são mais para A História de Ricky (Riki-Oh, 1991), ou os clássicos de Peter Jackson, Trash: Nausea Total (Bad Taste, 1987) e Fome Animal (Braindead, 1992), filmes que não se levam a sério e que tentam ser o mais exagerados e sangrentos possíveis, sem se importar em parecer algo real, o que acaba resultando em uma boa diversão. Inclusive no A História de Ricky também tínhamos órgãos governamentais privatizados, naquele caso eras as penitenciárias.
Outro filme que pode ser considerado inspiração para Tokyo Gore Police é o também japonês Tetsuo (1989) onde metais se tornavam partes orgânicas do corpo humano.

E o final ainda dá uma ideia de continuação com a frase "More Gore Comming Soon!". 


Ruka é Eihi Shiina, que fez o ótimo Audition (1999) de Takashi Miike. Ela também fez outros filmes do diretor Yoshihiro Nishimura: Vampire Girl vs Frankenstein Girl (2009) e Helldriver (2010).
Por incrível que pareça, este é o primeiro filme como diretor de Yoshihiro Nishimura que também participa de diversos filmes como maquiador e diretor de efeitos especiais, entre eles em O Pacto (Suicide Clube, 2001) e Noriko's Dinner Table (2005), ambos de Shion Sono. Além de dirigir o curta "Z is for Zetsumetsu" do filme The ABCs Of Death (2012).

Este filme pode representar uma sátira e uma crítica à violência e opressão policial, que não é ficção, embora aqui toma proporções surreais, que em certo momento do filme até começamos a nos questionar quem são os reais vilões. Ou até mesmo uma crítica às privatizações.

Se já acha insano o Planeta Terror, cuja protagonista tem uma perna de metralhadora, Tokyo Gore Police então é infinitamente mais doido.
Algo que vejo como defeito do filme são as quase duas horas de filme que tornam o filme longo. 

Não vou revelar maiores detalhes, caso ainda não tenha visto, mas se gosta de gore, sangue jorrando como se fosse de um chafariz, mutilações, mutantes cujos corpos se tornam armas, humor negro e a insanidade que somente as produções orientais podem proporcionar, este é o seu filme. Eu recomendo!

Minha Nota: 8,0

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Monsturd (EUA, 2003)

Nada melhor que iniciar este blog de merda, com este belo filme de merda.


Filme: Monsturd
Diretor: Rick Popko e Dan West
Ano: 2003
País: EUA
Duração: 80 min.












Jack Schmidt é um perigoso serial killer que foge da penitenciária. No momento de sua fuga, no laboratório do Dr. Stern (outro dos cientistas loucos), na companhia Dutech, ocorre um vazamento com um de seus experimentos que entram em contato com uma de suas funcionárias. Logo ela começa a ficar com a cara melequenta e esmerdeada, vindo a morrer em seguida. 

O Dr. Stern livra-se do corpo decomposto da vítima no esgoto, juntamente com o misterioso líquido transformador. E é no esgoto onde o foragido Jack Schmidt mais tarde é localizado e baleado por uma agente do FBI, mas ele ainda, convenientemente, acaba indo de encontro com a substância desconhecida jogada pelo Dr. Stern. Jack começa a derreter, sobrando apenas os seus ossos. Mas seu DNA em contato com a nociva bactéria tóxica e as fezes do esgoto, produz um novo ser, o tornando um homem de merda (lembraram do Vingador Tóxico?), que com a mesma mente diabólica continuará a assombrar os cidadãos da pacata cidade de Butte County, espalhando medo, terror e merda por onde passa.

Em sua forma de ataque, ele toma o sentido contrário das habituais merdas e sobe do esgoto, saindo nas privadas das casas, de onde se alimenta dos indefesos moradores da cidade.

Algo é preciso ser feito para pará-lo! O xerife então decide avisar os moradores da possível ameaça advertindo-os de não usarem os vasos sanitários para a eliminação de seus excrementos, dando passe livre para a utilização do mato para este fim, ou até mesmo, para os mais tímidos, que façam suas necessidades nas calças. Tudo isso para evitar que a gigante merda faça mais vítimas e torne-se ainda maior. Mas o louco Dr. Stern incentiva a sua criação a atacar em uma feira de culinária, onde, naturalmente iria haver muitas pessoas no evento, portanto, muitos traseiros nos vasos sanitários para lhe servir de alimento.

O xerife pensa em uma solução para acabar com a nojenta ameaça: com armaduras feitas de fraldas, rolos de papel higiênico e arminhas de água carregadas de um iogurte de morango (ou algo do tipo), ele juntamente com a agente do FBI e seus policiais, parte para o esgoto para acabar com o perigoso tolete do mal. 
Mas a arma mais efetiva para combatê-lo ainda estava por vir, quando eles conseguem tirar o monstro do esgoto e deixá-lo em exposição do sol para secar. Esta arma trata-se de centenas de moscas (que obedientemente ficam presas em uma daquelas gaiolas para gatos) que devoram sem piedade e decompõem a já decomposta e imunda criatura.



O filme ainda nos deixa um importante pensamento (ou não): a ciência que tanto questiona e não admite a existência de deus (com razão), ser, na verdade, o mais próximo de uma divindade, já que a mesma é capaz de criar e alterar o rumo de vidas (sem necessariamente relacionar fezes com isso).


Minha Nota: 5/10

O bom misto de comédia, com inúmeras piadinhas e frases idiotas, e um pouco de horror, já que não há muito sangue ou gore, mas isto é perfeitamente substituído por outro tipo de fluídos corporais, muito mais repugnantes, por sinal. Enfim, é um monstro de merda, e isto já é digno de créditos. Além da tosquice, péssimas atuações e total falta de recursos financeiros, que segundo o IMDb é estimado em apenas $ 3,000, o que já fica claro logo na primeira cena, onde uma maquete simula a visão aérea de uma casa, o que é um bom sinal, pois sinaliza que não teremos efeitos CGI pela frente. Ou seja, um filme totalmente trash, independente, mas ainda assim engraçado e criativo que merece a atenção dos apreciadores deste tipo de cinema de merda, em especial dos filmes da Troma.
Mas fora isso, a boa ideia de usar um monstro de merda é desperdiçada por um filme previsível e muitas vezes lento, com falta de violência. Além disso o perigoso monstro marrom não oferece muitas dificuldades para os heróis no final. 


Espero que tenham apreciado e tenham cuidado ao usar o vaso!