terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Fist Of Jesus (Espanha, 2012)


Filme: Fist Of Jesus
Diretor: Adrián Cardona, David Muñoz
Ano: 2012
País: Espanha
Duração: 15 minutos
Elenco: Marc Velasco, Noé Blancafort, Salvador Llós
IMDb: 7,1

Jesus está dando uma de suas habituais palestras tentando evangelizar seus seguidores, dizendo que deve-se perdoar os inimigos, quando Jacó chega dizendo que seu filho, Lazaro, morreu. Jesus tranquilamente diz que ele apenas está dormindo e vai até lá fazer seu milagre para ressuscitá-lo. Finalmente seu truque funciona e Lazaro volta à vida, porém, volta como um zumbi sedento por sangue. Logo a praga vai se espalhando e Jesus e Judas, seu camarada, se deparam com diferentes hordas de zumbis: os fariseus, os romanos e os cowboys, estes os mais perigosos, pois tem armas e sabem atirar!


Judas, desesperado, se enforca em uma árvore e, pela primeira vez, a mágica da ressuscitação funciona e Judas volta à vida pronto para ajudar Jesus no confronto com os zumbis.
Cercados por um bando de zumbis, Jesus faz outro de seus truques: a multiplicação dos peixes, para serem usados como armas. Mas os mais eficientes acabam sendo o peixe-espada e o peixe-serra, causando um verdadeiro mar de sangue e decapitações. Enquanto Judas se ressente ao matar os zumbis, Jesus encontra nisto a sua verdadeira vocação, resultando em uma verdadeira montanha de restos humanos. Ainda faz bom uso de uma grande cruz, usando-a para esmagar cabeças dos zumbis.


Por fim, Judas diz: "no fim, não conseguimos evangelizar ninguém" e Jesus responde com algo como: "pelo menos conseguimos levar muitos para o reino dos céus.".


Fist of Jesus é um curta espanhol, produzido pela Eskoria Films, que também fez o ótimo Brutal Relax. O filme é divertidíssimo e muito sangrento, com uma exagerada violência gráfica e muito sangue espirrando na tela, lembrando até as mais recentes produções do gore japonês. É recheado de situações engraçadas que resultam em mortes mirabolantes fazendo frente ao canadense Bagman.
Os efeitos são principalmente práticos, baseados na maquiagem ou em bonecos, meio toscos em momentos como os esmagamentos cranianos, mas que acabam sendo mais interessantes do que se utilizassem das facilidades da computação gráfica.
Enfim, uma versão muito mais interessante para a história de Jesus.


O curta chegou até a ganhar um jogo:

domingo, 21 de dezembro de 2014

Vampire Girl vs Frankenstein Girl (Japão, 2009)

Filme: Vampire Girl vs. Frankenstein Girl / Kyûketsu Shôjo tai Shôjo Furanken
Diretor: Yoshihiro Nishimura, Naoyuki Tomomatsu
Ano: 2009
País: Japão
Duração: 84 minutos
Elenco: Yukie Kawamura, Takumi Saitô, Eri Otoguro

Para mostrar a que veio, o filme inicia com um alto nível de trash quando, Monami, uma jovem vampira estudante, é atacada por três garotas frankenstein, retalhadas e costuradas. A vampira ataca e morde o pescoço de uma delas e vai puxando a pele, que vai saindo como se fosse um papel higiênico sendo desenrolado, sobrando apenas o crânio. Tudo isso com uns efeitos computadorizados meio duvidosos. Este crânio é arremessado até outra das frankensteins, que tem seu nariz mordido pela caveira e, com um pequeno exagero, é arrancado, juntamente com toda a pele do rosto. 



A vampira estrategicamente morde os pulsos e seu sangue se solidifica, formando duas espadas sanguinolentas que cortam a cabeça da moça restante. E claro, muito sangue espirrando como se não houvesse amanhã com uma alegre música japonesa ao fundo, no melhor estilo Tarantino, só que bem mais extremo e exagerado.

Calma, estes foram só os minutos iniciais, uma estratégia comum para prender a atenção do espectador para continuar assistindo. Enfim, depois vemos uma escolinha muito bizarra. Alunas afrodescendentes totalmente estereotipadas, atuações horríveis dignas de novelas mexicanas adolescentes. Não existem pessoas sãs nessa escola. Temos também a turma das cortadoras de pulsos, que fazem até saudáveis competições, inclusive cortando todo o braço em uma situação. 


Mas como é comum em filmes de vampiros hoje em dia, temos um pequeno romance, em que Monami dá um chocolate recheado com seu sangue contaminado a Mizushima, seu colega babaca. Ocorre então a “vampirização”, medo do sol e todas essas frescuras. 
Na escola, o diretor, que também é um excêntrico e sádico cientista, com o auxilio de uma enfermeira sensual, mata estudantes para ressuscitá-los. Os cortam em pedaços e tentam juntar com pregos e furadeira. Violência e sensualidade gratuita e banalizada, mas muito divertida, por sinal. A partir do que restou do corpo de Keiko, outra garota que disputava Mizushima com Monami, que acabara morrendo, junta-se com partes de outras pessoas, como as pernas da atleta, o braço da cortadora de pulsos. Assim, lembrando o clássico Frankenhooker, cria-se um ser híbrido super-humano e pronto pra destruir, que irá disputar Mizushima com a garota vampira.


O filme tem um final de violência surreal na Torre Eifel, com as garotas disputando a "posse" de Mizushima, que apenas assiste passivamente.


O filme coloca lado a lado, a personificação de dois dos principais monstros clássicos dos estúdios Universal: Drácula e Frankenstein. Curiosamente, ambos personagens surgiram da literatura em uma mesma ocasião, em 1816, quando os jovens, Mary Shelley, Percy Shelley, Lord Byron e John Polidori estavam confinados em casa, devido ao clima sombrio da época, resultante da erupção de um vulcão que bloqueara os raios solares. Byron sugeriu que cada um criasse uma história de horror e destas histórias surgiram mais tarde os romances Frankenstein, de Mary Shelley e O Vampiro, de Polidori, que mais tarde serviu de inspiração para Drácula, de Bram Stocker.


Voltando ao cinema, ambos monstros tiveram suas clássicas adaptações cinematográficas realizadas em 1931, Drácula interpretado por Bela Lugosi e Frankenstein por Boris Karloff e, desde então, os personagens renderam uma infinidade de filmes, sendo que hoje muitas de suas características essênciais foram deturpadas. Entre eles, as versões da Hammer, dirigidos por Terence Fisher, revitalizando os vilões e que imortalizou Christopher Lee como um Drácula repaginado e mais violento, assim como Peter Cushing, que interpretou o Frankenstein em diversos filmes.

Filmes com os dois personagens juntos não são uma novidade, o mesmo já podia ser visto em House Of Dracula (1945), House Of Frankenstein (1944) e mais tarde no tosco Dracula vs Frankenstein, filme de 1972 com o selo de "qualidade" Troma Movies. Também nos anos 70, os personagens ganharam suas versões Blaxploitation com Blacula, a sequencia Scream Blacula Scream e Blackenstein.


Vampire Girl vs Frankenstein Girl, que foi inspirado em um mangá de Shungiku Uchida, é uma adaptação moderna e nipônica para estes clássicos monstros do cinema americano, substituindo-os por belas garotas, explorando toda a violência, erotismo e exageros característicos do atual gore japonês com suas histórias absurdas. Não deixa de ser uma boa opção frente às recentes adaptações destes monstros clássicos.

O filme é divertido e tudo mais, mas se ainda não é iniciado nesta nova safra do gore japonês, recomendaria antes os já comentados The Machine Girl (de Noboru Iguchi) ou Tokyo Gore Police (do próprio Yoshihiro Nishimura).