sábado, 22 de setembro de 2018

Things (Canadá, 1989)

Filme: Things
Diretor: Andrew Jordan
Ano: 1989
País: Canadá
Duração: 83 minutos
Elenco: Barry J. Gillis, Amber Lynn, Bruce Roach

Dois sujeitos, Don e Fred vão à casa de Doug, cuja esposa, Susan, está doente. Eles ficam por lá bebendo, jogando conversa fora e vendo TV, onde uma repórter fica lendo as notícias - interpretada pela atriz pornô Amber Lynn. Ela fala sobre os experimentos do Dr. Lucas. Em seguida vemos o próprio em ação, que está mais para um açougueiro do que um médico. Ele fica mutilando um homem ainda vivo mas parecendo estar em decomposição, arrancando-lhe a língua, olhos e tripas.


Susan começa a sangrar e saí uma criatura de dentro dela que parece uma enorme aranha com grandes dentes afiados. Mesmo assim, logo após o ocorrido os caras parecem tranquilos até que se dão conta do perigo e ficam perambulando pela casa atrás das criaturas, tentando sobreviver - seria tão mais fácil apenas sair da casa, não é? Eles ficam por lá catando o bicho pela casa e fazendo e falando coisas sem muito sentido - potencializadas pelas atuações ridículas e incompreensíveis.
São encontradas mais aranhonas na casa. Doug é atacado por uma delas no pescoço e Don, lhe defende dando marteladas nele para se livrar do ser. Doug sobrevive, mas depois tem a mão arrancada pela aranha. Don, como bom amigo que é, trata de cauterizar o braço incendiando-o.


Don se arma com uma furadeira e sai estraçalhando os bichos. Fred, que estava desaparecido ressurge matando mais uns bichos - que saíram sabe-se lá de onde - com uma serra elétrica - esta elétrica mesmo. O estranho é que ela faz barulho quando não está funcionando e vice e versa. Também tem umas partes sem som e outras em que vemos a capacidade de ventriloquismo dos atores, cuja dublagem não para de falar e os personagens nem sequer mexem a boca. E se você ver o filme sem legendas e sem conhecer tanto de inglês, como no meu caso, a experiência será ainda mais incompreensível e absurda. Mas acredito que não há muito o que se entender nesta coisa - aí entendemos o significado do nome do filme.


A casa vai ficando cheia de sangue e pedaços das toscas aranhas e vemos a caveira de Doug toda ensanguentada se mexendo e falando que está viva. O Dr. Lucas aparece por lá e descobrimos que Susan foi vítima de um de seus experimentos carniceiros para poder engravidar, ou algo do tipo, tanto faz também. Don fala que estão todos mortos e eles ficam conversando e rindo involuntariamente até que Don finalmente decide sair da casa correndo e balançando os braços como um João Bobo. Depois ainda retorna à casa e vê o Dr. Lucas morrendo e parecendo um zumbi e enfim o filme acaba com os dizeres: "VOCÊ ACABOU DE EXPERIENCIAR THINGS", o que é a mais pura verdade, pois isto está mais para uma experiência de extremo mau gosto do que um filme.


Things é um filme que se tornou cult, provavelmente pela sua ruindade gritante. Não é possível que o filme tenha sido feito com o propósito de ser bom ou bem feito. Prefiro acreditar que tamanha ruindade seja proposital, o que torna o filme até divertido, já que seu enredo é patético e as atuações - sendo muito generoso de chamar assim - são horrivelmente terríveis potencializadas pelas dublagens e efeitos sonoros péssimos que não condizem com o que vemos no vídeo. A sonoplastia, aliás, parece ter sido feita com a boca. Tem também os "efeitos especiais" que não convencem nem mesmo uma criança e são o máximo das tosquice. E também tem as aparições da repórter da TV, que são totalmente desnecessárias e um desperdício da atriz com vasta experiência em filmes adultos.


Things é totalmente amador e faz parecer qualquer filme de $ 10 mil de orçamento uma produção hollywoodiana. Não surpreende que tenha sido lançado diretamente para vídeo e é de se destacar a coragem do diretor, Andrew Jordan, por lançar tamanha aberração cinematográfica, mas confesso que o filme até não me entediou tanto e todas as suas falhas garantiram alguma diversão, embora o filme não deveria ter 83 minutos e sim ser um curta. Mas só indico para quem gosta de filmes péssimos.
Este é um dos filmes considerados Canuxploitation, os exploitations canadenses, e parece que o diretor tentou fazer algo que lembrasse de Shivers, do conterrâneo David Cronenberg, mas passou muito longe. 

Slime City (EUA, 1988)

Filme: Slime City / A Maldição de Zachary / Despedazator
Diretor: Gregory Lamberson
Ano: 1988
País: EUA
Duração: 81 minutos
Elenco: Craig Sabin, Mary Huner, T.J. Merrick


Alex muda-se para um novo velho apartamento e logo conhece Nicole, uma moça com um visual meio roqueira-gótica de peruca e Roman, um poeta que escreve uma linha por ano. Ele aceita o convite de Roman e jantam juntos uma papa e um licor verde. Quando volta para casa, encontra com Nicole no corredor e vai ao apartamento dela. Ele se diverte um pouco com a moça, coisa que não vinha conseguindo com a namorada Lori. Nicole transa gritando por um tal de Zachary, mas nada que incomode Alex. 


Quando acorda, Alex está todo suado e melequento. Logo sua pele começa a se soltar e parece derreter e vomitar algo verde. Ele ataca um mendigo e isso parece o fazer voltar ao normal. Alex questiona Roman sobre as alucinações do vinho e ele lhe diz que foi feito por alquimista que se suicidou no porão do prédio com seus seguidores.
Alex segue bebendo o vinho e de novo derrete. Ele leva uma prostituta para casa, a mata e se recupera. Ele descobre que Nicole era uma das integrantes da seita de Zachary que se suicidou e agora ocupa outro corpo.


Uma mulher do nada aparece na rua prevendo algo ruim para Lori ou alguém próximo à ela, quando vê que Alex será a ressureição de Zachary.
Alex, quando transformado, trata mal o amigo e a namorada e segue se alimentando mal com o iogurte tóxico e o vinho do mal. Lizzy, uma moradora do prédio, lhe conta que é a filha de Zachary que administra o elixir e aluga os apartamentos para os inquilinos que são os mortos da seita em novos corpos - embora alguns não tão novos assim. 
Alex tenta se livrar das bebidas, mas continua a derreter e precisa andar com o rosto enfaixado. Ele sofre uma tentativa de assalto e lhe cortam a barriga com uma faca. O corte engole a mão do agressor. Alex, cada vez mais transformado, parece satisfeito com sua nova forma e não se importa de matar o amigo quando ele vai visitá-lo.
Em um dos momentos em que volta a ser ele mesmo, Alex prepara um jantar romântico para Lori. Finalmente, eles vão para a cama, mas Alex começa novamente o derretimento e tenta matar Lori, que lhe impede espetando-o com um garfo.



À partir de agora entramos numa espiral de gore e fluídos nojentos quando Zachary assume o corpo de Alex, mas Lori não deixa barato e abre a barriga dele deixando suas tripas cairem, mas ele prontamente as ajunta e as coloca de volta. Ela lhe dá mais facadas, expelindo um gosmento sangue amarelo e o ataca com um cutelo arrancando-lhe a cabeça. Porém, a cabeça segue viva e falante e dá ordens para o atrapalhado corpo com a barriga dentada, que se levanta, mas é retalhado impiedosamente por Lori. 
Lori não tem descanço e acerta a cabeça, mas o cérebro gosmento sai rastejando pelo chão. Lori não desiste e faz um picadinho de cérebro, acabando - aparentemente - com a maldição satânica.


Slime City, ou como foi chamado na versão VHS nacional, A Maldição de Zachary, é um daqueles filmes oitentistas ultra-baratos, gore e trashs, cheios de nojeiras que tanto esperamos. O filme lembra a mistura de belas obras como O Incrível Homem que Derreteu e Street Trash. Em 2010, também dirigido por Gregory Lamberson, veio a sequência chamada Slime City Massacre, com a volta de Craig Sabin, que aqui faz o Alex. Mary Huner, que aqui vive Lori e Nicole, assim como os outros atores, não fez mais grande coisa em sua carreira, mas chegou a ter um papel insignificante em um episódio de Law And Order.