domingo, 19 de outubro de 2014

Island Of Death (Grécia, 1976)

Filme: Ta Paidia Tou Diavolou / Island Of Death 
Diretor: Nico Mastorakis
Ano: 1976
País: Grécia
Duração: 108 minutos
Elenco: Robert Behling, Jane Lyle, Jessica Dublin
IMDb: 5,1

Christopher e Celia são um feliz casal britânico procurado pela polícia que chegam a uma ilha grega (bem semelhante àquela do Anthropophagous), famosa por suas 365 igrejas. Um local ideal para devotos de deus e, porque não, para umas perversões. Os dois rapidamente se mostram bem à vontade no local, quando Christopher liga para sua mãe, para que ela escute os dois transando em uma cabine telefônica.

Até aí tudo bem, mas a coisa começa a ficar estranha quando Christopher, após ter o pedido de sexo matinal negado por Celia, vai ao pátio e encontra uma cabra. E sim, ele satisfaz suas necessidades com o pobre animal e depois arranca sua cabeça e a joga dentro do poço.



A seguir, em um bar, ele nota que um homem está observando Celia. Christopher o chama para a mesa apresentando Celia como a sua prima. Eles armam para Celia encontrar-se com ele na capela em que ele estava pintando. Enquanto os dois transam, Christopher fica escondido tirando fotos. 

Após feito o serviço, Christopher entra em cena e eles crucificam o pintor ao lado da capela, afinal, consideram o adultério como algo errado. Não bastasse isto, ainda fazem o pintor engolir um balde de tinta (que tá muito mais pra leite). 
Seguindo os ensinamentos do livro sagrado, eles gostam de punir o que consideram perversões. É o que fazem com um casal de homossexuais recém-casados, espertamente registrando tudo com a câmera fotográfica. 


O detetive Foster finalmente os descobre, mas não contava que o casal o estaria esperando no avião. Assim, amarram uma corda no pescoço e dão uma volta com o homem pendurado no avião!

A próxima vítima no processo de limpeza da ilha é uma senhora que gosta de se divertir com homens e também aprecia uma chuvinha dourada. Mas Christopher, após este ato a espanca e a mata brutalmente, mas não tão discretamente, ao decepá-la com uma motoniveladora, mostrando ser um cara bastante versátil e criativo em suas formas de execução. O interessante também é que ele é bastante qualificado, não só sendo capaz de operar um avião, como a motoniveladora. Tudo isto vai sendo registrado em seu diário, sem medo de deixar provas.

Um dia Christopher vai pescar e Celia, sozinha, após ser seguida por dois hippies, é abusada por eles. Mas Chris chega com seu arpão atirando. Este crime desperta o interesse de um escritor, que passa a investigar o casal.
O novo alvo é a atendente de um bar que fica de olho em Celia. As duas vão para casa e a mulher, por ser lésbica e drogada, não pode ser perdoada por Christopher, que a considera uma pecadora. Para puni-la, ele injeta nela um super dose de droga e faz um lança-chamas com uma vela e um spray.


Celia sempre tinha um sonho em que era estuprada por um desconhecido. Até que um dia este sonho se realiza, mostrando que ela previa o futuro! Este homem espanca Chris e o sodomiza e em ato de extremo mal gosto, peida nele e o joga em um poço! Aí já é muito "desrespeido"!

Celia fica feliz com o agressor e de imediato troca Chris por ele quando também descobrimos que os dois eram irmãos! Se não ficou chocado com todas as bizarrices anteriores, isso até vai parecer tranquilo.


Enterrado em cal, Chris vai queimando lentamente quando começa a chover.

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O diretor grego Nico Mastorakis tentou pegar carona no sucesso de O Massacre da Serra Elétrica, lançado dois anos antes, e também quis ganhar uma graninha fazendo um filme violento e polêmico. Para isso ele escreveu o roteiro em uma semana (até que demorou), reunindo uma coleção de cenas que tentam a todo custo ser chocantes,  envolvendo questões relacionadas à zoofilia, homofobia, sexismo, maus tratos com animais, adultério, drogas, ninfomania, incesto, peidos gratuitos(?), além de cenas de nudez e sexo. 

Mas o que mais pode ter insultado as pessoas na época, e contribuído para o filme ser banido, foi que o casal adota os conceitos bíblicos para "limpar" o mundo do que consideram errado, sendo que são eles que realmente fazem as coisas ruins.

De certa forma o diretor conseguiu o que queria, já que o filme ganhou certa fama por entrar na lista das video nasties e sendo banido por muitos anos no Reino Unido e figurando em diversas destas listas de filmes perturbadores ou polêmicos que vemos na internet.  

Já sabendo desta fama do filme, na primeira vez que o vi, esperava algo mais chocante, mas é tudo tão tosco e forçado que chega até a ser engraçado. O orçamento é ridículo e as cenas são mal feitas, que não chegam a ser muito explícitas. Vale para quem gosta de um trash/exploitation, caso contrário, procure outro filme.

Os atores que tiveram um certo destaque foram Robert Behling (Christopher) e Jessica Dublin (Patricia), ambos americanos. Robert também participou de Sem Medo da Morte (1976) e Cujo (1983) e Jessica fez Trinity Ainda é Meu Nome (1971), Re-Juvenator (1988), e até alguns da Troma, como Troma's War (1988), O Vingador Tóxico II e III (1989) e a série Tromaville Café (1997).


Uma lição que podemos tirar com este filme:
Tome cuidado ao visitar ilhas gregas. Se não for devorado por um canibal, pode ser morto por um casal de psicopatas religiosos!