Diretor: Peter Jackson
Ano: 1992
País: Nova Zelândia
Duração: 104 minutos
Como ter um blog dedicado aos filmes trash e não falar desta pérola?
O filme é datado de 1992 e foi o terceiro longa metragem de Peter Jackson como diretor, produzido na Nova Zelândia, seu país de origem. Ele que, como todos sabem, há algum tempo vem fazendo filmes mais rentáveis e menos sangrentos, infelizmente, mas que não são assunto de interesse deste humilde blog. Porém, seus filmes anteriores são dignos de uma menção, foram eles: Meet The Feeble de 1989 e o ótimo Bad Taste de 1987, seu primeiro longa, que no Brasil foi lançado com o infame nome de Trash - Nausea Total. Este é um filme que certamente merecerá maior atenção em um post futuro.

Alguns filmes merem ser detalhados do início ao fim, e este é um destes, portanto, se ainda não viu o filme, o texto abaixo contém spoilers. Embora este seja o tipo de filme que spoilers não irão prejudicar tanto, pois não é daqueles com reviravoltas e finais inesperados, apenas diversão e sangue sem limites. O que fazem desta obra, um filme para ser visto muitas e muitas vezes.

O filme tem início na Ilha da Caveira em 1957, onde uma expedição captura o macaco-rato da Sumatra e o levará para o Zoológico na Nova Zelândia. Após fugirem dos índios, que não querem que a criatura saia da ilha, o macaco-rato acaba mordendo o chefe da expedição. Os habintantes locais que estavam com ele ficam em alerta, pois a mordida deste macaco é chamada de Sengaya e ela é o próprio mal. Sem hesitar eles cortam o braço do sujeito e a cada marca de sangue que vêem, acham ser outra Sengaya e decepam o membro, inclusive a cabeça. Assim começa o filme. Mas de alguma forma o macaco-rato acaba indo para o zoológico, quando mostra um avião em miniatura transportando-o.
A seguir vemos Paquita, uma latina que trabalha em um mercadinho. Ela decide ver nas cartas quem será o principe encantado. Logo em seguida entra na loja o atrapalhado Lionel, ele desajeitadamente deixa cair uns lápis formando o símbolo do homem escolhido, que Paquita acabara de ver nas cartas. Decidida que Lionel é o seu homem, ela vai até sua casa fazer a entrega das mercadorias e marca um encontro com ele no zoológico. Porém, sua mãe autoritária, com medo de perder seu filho escravo, os segue. Lá está o macaco-rato da Sumatra em sua jaula, que mata sem piedade outro macaco. É quando entra um funcionário do zoológico para retirar o corpo do pobre macaco, que ele conta como surgiram estes bichos. Segundo a lenda, os macaco-ratos eram gigantes ratazanas que haviam sido estupradas por macacos na Sumatra, assim surgindo esta cruel e maligna criatura que era usada em rituais de magia negra.
Logo após, a mãe de Lionel que os estava a espionar, tropeça em uma casca de banana e acaba caindo contra as grades do terrível macaco-rato, que a morde. Ela ainda consegue matá-lo pisando em sua cabeça, mas o Sengaya já estava consumado.
Em outro grande momento do filme, quando Paquita visita Lionel, o cachorro dela é comido pela mãe de Lionel e Paquita fala: Sua mãe comeu o meu cachorro! Enquanto Lionel tira os restos do bicho e responde "Não todo". Essa fala de Paquita tornou-se o título do filme em espanhol: "Tu madre se ha comido a mi perro".
Sua mãe começa a ficar doente e se desmanchar, onde numa bela cena, sua orelha cai em sua sobremesa, e é devorada por ela mesma, sobrando apenas o brinco. A enfermeira é chamada, mas ela não resiste e morre. Mas logo volta a vida e mata a enfermeira a transformando em zumbi também.
Lionel as prende no porão, lembrando o Evil Dead. E depois passa a aplicar nelas, seringas com tranquilizantes talvez referenciando Re-Animator.
Lionel as prende no porão, lembrando o Evil Dead. E depois passa a aplicar nelas, seringas com tranquilizantes talvez referenciando Re-Animator.
Após o velório de sua mãe, por algum motivo Lionel vai ao cemitério desenterrá-la, mas é surpreendido por uma gangue. Não demora até serem atacados pela mãe morta, passando a transformá-los em zumbis, em uma possível referência ao filme A Volta do Mortos-Vivos. Então que surge o padre com sua intevençao divina, ele acaba com os zumbis com seu kung fu. Em umas das melhores falas do filme, ele fala: "I kick ass for the Lord". Mesmo assim, seu kung fu celestial não salva sua vida.

Em uma divertida cena, Lionel alimenta e dá tranquilizante ao zumbis no seu porão, sempre despistando o seu tio oportunista e escapando de Paquita para que ela não saiba sobre os zumbis. Em um momento, enquanto esconde-os de seu tio, a enfermeira e o padre protagonizam um cena de sexo zumbi em que a enfermeira arranca a boca do padre com um beijo apaixonado.

A reprodução zumbi é muito rápida, pois logo a seguir já temos o fruto do romance dos mortos: um bebê. A cena seguinte mostra Lionel passeando no parque com o pequenino zumbi sapeca. Esta cena foi filmada em dois dias com o valor de $ 45.000 que havia sobrado do orçamento total do filme, estimado em $ 3.000.000.

A partir de então eles adentram e esquentam a festa tornando todos também zumbis, arrancando costelas, e garantindo as maiores diversões. Vemos muitas cabeças cortadas, corpos decepados ao meio. Temos até algo que me lembrou o filme Street Trash, quando um zumbi com apenas meio corpo entra no vaso e dá a descarga em si mesmo. Enquanto isso o bebê é chutado e voa, vai para no liquidificador e apronta muitas confusões. Ainda na festa temos tripas que atacam e liberam gases e por aí vai.

Por fim, após muito sangue jorrado, a gigante e monstruosa mãe de Lionel, faz com que ele volte de seu lugar de origem, sua barriga. Mas, ele é salvo por seu amuleto, e consegue abrir a barriga da velha e sair em uma cachoeira de sangue, onde foram usado 300 litros de sangue falso.
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Outras curiosidades sobre o filme:
A música tocada no órgão na cena do velório é Sodomy, do filme anterior de Peter Jackson, Meet The Feebles.
Quando alugado na Suécia, o filme vinha com sacos de vômito suplementares
Peter Jackson como aficcionado por King Kong, deu o nome da ilha onde o macaco rato é capturado de Ilha da Caveira, local onde o gigante macaco também teria se originado, como no filme de 1933. Mais tarde, em 2005, filmou uma nova versão de King Kong no mesmo local.
A duração do filme original tem 104 minutos, mas houveram diversas versões com cortes, com 99, 97, 92, 85, e até 80 minutos.
Minha Nota: 9,5
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