Diretor: John Carpenter
Ano: 1974
País: EUA
Duração: 83 minutos
Elenco: Dan O'Bannon, Dre Pahich, Brian Narelle
Dark Star é uma nave tripulada por uma equipe de quatro astronautas que é responsável por destruir planetas instáveis mas por descaso das autoridades governamentais, não teve implantado um escudo antirradiação, como informa, no início, uma transmissão vinda da terra.
A nave, que viaja a incríveis velocidades, tem a capacidade de frear quase que instantaneamente. Assim, eles podem ativar e largar as poderosas bombas capazes de destruir planetas inteiros.
Na rota da Dark Star aparece um grupo de asteroides unidos por um campo de força eletromagnético (leia-se, luzes azuis), e é preciso ativar o escudo de proteção, que é uma luz laranja piscante ao redor da nave. Por não ter aquele maldito escudo antirradiação, pouco a pouco, a nave vi apresentando defeitos, como neste caso, quando um setor é atingido. Isto acaba ativando a bomba, que não é lançada após uma discussão entre o sistema inteligente da nave e o da bomba até entrarem em acordo. Em uma transmissão, os tripulantes informam que outro setor foi destruído, acabando com o estoque de um item imprescindível: papel higiênico!
Mas é dentro da nave que se passa boa parte do filme. Inclusive a inusitada caça ao mascote do grupo, uma espécie de bola de praia vermelha com bolinhas e patas. Esta bola é bastante sacana e causa várias confusões ao escapar pela nave. Atrás dela, Pinback fica preso no fosso do elevador, e passando maus momentos ao ficar pendurado embaixo do mesmo. Depois ele consegue entrar mas fica com meio corpo entalado. Esta longa sequencia é bastante divertida, sobretudo se comparado aos momentos entediantes que os tripulantes precisam passar por não terem o que fazer, já que estavam há anos abandonados no espaço.
O redondo alienígena continua aprontando e até então é a maior ameaça. Ele acaba por ativar mais uma vez a bomba, que novamente é impedida pelo sistema de inteligência artificial da nave, com sua voz feminina.
< Spoilers >
Quando um dos tripulantes está tentando consertar um dos setores defeituosos, acaba por ativar novamente a bomba, que desta vez está decidida a explodir, porém, fica presa à nave. Os poucos minutos que antecedem a explosão causam desespero em todos à bordo.
Nesta situação o comandante Powell, que é mantido congelado há anos, é acionado para dar conselhos de como proceder, mas ele está mais interessado em saber como anda o time dos Dodgers!
Doolittle resolve sair e negociar com a bomba, tendo uma conversa existencial com ela, questionando as ordens que recebe e o sentido de sua existência fazendo-a desistir para refletir sobre o assunto.
Quando acionada novamente, a bomba, já pensando por si própria, se nega a aceitar as ordens e, achando ser deus, decide finalmente "fazer a luz", explodindo a Dark Star.
Doolitle ainda do lado de fora consegue capturar um dos restos da nave e, como se fosse uma prancha, vai surfando pelo espaço rumo a sua destruição.
< Fim dos spoilers >
Dark Star trata-se de uma criativa comédia de ficção científica. O filme nasceu como um média metragem de 45 minutos escrito por John Carpenter e Dan O'Bannon, colegas da Universidade do Sul da Califórnia. Mais tarde, a pedido do produtor Jack H. Harris (que produziu A Bolha Assassina de 1958), foi ampliado e lançado em 1974, sendo o primeiro longa metragem de Carpenter.
Foi feito de forma quase artesanal, com improviso, equipamentos emprestados e filmado durante os fins de semana, somando apenas 60 mil dólares no total. Devido a este fator, hoje os seus efeitos parecem toscos e até engraçados, também em razão da época em que foi realizado.
Mas este é apenas um detalhe superficial que não deve ser levado a sério e não compromete o filme. Aliás, nada no filme deve ser levado a sério. Existem situações hilárias e absurdas e a sequencia final é ótima e até filosófica.
O elenco é bastante reduzido, se baseando quase que totalmente nos quatro astronautas. Um deles, Pinback, é o próprio Dan O'Bannon. John Carpenter faz a voz de Talby e também é responsável pela trilha sonora, coisa que ele faria seguidamente em seus próximos filmes. A própria música country "Benson, Arizona", que toca durante o filme foi composta por Carpenter.
O roteiro possivelmente foi aproveitado para O'Bannon escrever o clássico Alien, o Oitavo Passageiro, em 1979. Ele também foi o diretor do ótimo A Volta dos Mortos Vivos, de 1985.
Já Carpenter, como muitos já sabem, dirigiu clássicos como Assalto à 13ª DP, Halloween, Fuga de Nova York, Christine, Eles Vivem, Enigma do Outro Mundo, entre outros. Sendo que os dois últimos citados são sérios candidatos a aparecerem aqui no blog.
Dark Star é um bom filme, quase esquecido dentro da filmografia de Carpenter, mas é uma boa mostra do ele poderia fazer, mesmo com orçamento reduzido.
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