sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ilsa: She Wolf of the SS (Canadá, 1975)

Filme: Ilsa: She Wolf of the SS / Ilsa, a Guardiã Perversa da SS
Diretor: Don Edmonds
Ano: 1975
País: Canadá
Duração: 96 minutos
Elenco: Dyanne Thorne, Gregory Knoph, Tony Mumolo
IMDb: 5,2


Ilsa é a comandante do Campo 9 da SS que, diga-se de passagem, tem seios fartos e usa decotes generosos (falo isso pois é um ponto fundamental do filme). Ela tem o hábito de satisfazer suas necessidades sexuais com os prisioneiros, garantindo a eles que não precisarão voltar ao campo de concentração. De fato não voltam, já que, após o ato a viúva negra ordena que eles sejam mortos por castração. 

Ela examina as mulheres nuas, que serão usadas para "servir" aos soldados. Outras são torturadas para provar uma teoria de Ilsa, a qual ela acredita que as mulheres são capazes de suportar mais dor que os homens, visando recrutar mais mulheres às tropas da SS para mandá-las à combate, estando preparadas para os possíveis sofrimentos. Vale ressaltar que as oficiais ajudantes de Ilsa, por algum motivo apelatório ou fetichista, costumam ficar com os peitinhos à mostra dando chicotadas nas pobres prisioneiras.
Entre outras torturas aplicadas, são usados vibradores eletrificados, câmaras de pressão, mergulhos em água fervente e deixar as prisioneiras com feridas expostas por dias, criando vermes. Chegam até mesmo à infectar uma delas com pus gangrenado, buscando uma cura para usar nos soldados.


Ilsa não tolera que os homens falem com as mulheres e os mesmos são punidos com a morte. Como boa nazista que é, ela considera que as raças inferiores, têm membros inferiores. Mas, certo dia chega ao Campo 9 um homem chamado Wolfe, que enlouquece Ilsa por ter o super poder de se manter ereto o quanto quiser, o que faz com que seja mantido vivo, satisfazendo regularmente a safadinha da Ilsa.
Em outra das muitas crueldades, uma prisioneira é colocada nua em cima de uma barra de gelo com uma forca no pescoço, enquanto os oficiais jantam e se divertem esperando que ela morra. 


Um general aparece para vistoriar os trabalhos de Ilsa e quando os dois estão à sós no quarto, ele aproveita para pedir à ela uma chuvinha molhada! 
Depois de várias noites com Ilsa, Wolfe promete algo diferente a ela. Neste dia, ele a amarra na cama e Ilsa parece gostar de ser submissa por uns instantes, quando Wolfe pega a arma dela e faz um guarda de refém. Os prisioneiros, que haviam planejado uma rebelião com as prisioneiras, saem armados com paus e facas e vão matando guardas. O desejo por vingança os torna extremamente cruéis, enforcando, cortando pescoços, metralhando e empilhando corpos enquanto os guardas vão saindo de seus acampamentos.
Wolfe decide fugir mas os outros preferem ficar e continuar com a sangrenta vingança. Isto até que as tropas alemãs chegam matando a todos, desde os prisioneiros até Ilsa, destruindo o acampamento para que as tropas aliadas não encontrem registros do era feito naquele lugar.


Ilsa é um bom exploitation dos anos 70 e talvez o melhor filme de uma de suas muitas ramificações, nomeado como Nazisploitation (depois falaremos mais sobre isso). Se por alguma razão, você acha que este filme faz alguma apologia ao nazismo, os dizeres iniciais do filme já deixam bem claro a posição dos produtores, esperando que coisas como estas nunca mais venham a acontecer. Mas também não dá pra dizer que não são oportunistas, fazendo dinheiro com um filme dedicado à estas atrocidades.

O que mais assusta no filme é que, apesar do exagero, muitas destas brutalidades foram realmente cometidas e a Ilsa foi baseada em uma pessoa real, Ilse Koch. Ela era esposa do comandante dos campos de extermínio de Buchenwald. Ilse tinha o hábito de usar pedaços de peles tatuadas de prisioneiros como cúpulas de abajures. Ela também costumava andar nua nos campos de concentração com um chicote, ameaçando surrar aqueles que a olhavam duas vezes. Isso lhe rendeu apelidos carinhosos como "a maldita de Buchenwald" ou "a bruxa de Buchenwald", entre outros.



Outra coisa interessante do filme é mostrar que em uma guerra, todas podem ser cruéis. Uns por seguirem ordens de uma ideologia fascista, outros por serem violentados e buscarem vingança. 

Enfim, é um bom filme com história interessante e bom final. Ainda rende certo humor por conta dos personagens estereotipados, o sotaque de Ilsa e o fetiche do general, além de boa dose de nudez e visual sadomasoquista.


O Nazisploitation, como o nome já sugere, é um subgênero do exploitation que vai de encontro com outro subgênero, o WIP (filmes de mulheres prisioneiras) explorando às atrocidades cometidas pelas tropas alemãs durante a segunda guerra mundial. Estes filmes, além de abusarem de cenas de violentas torturas, também apelam para fator erótico, geralmente com prisioneiras nuas e, no caso de Ilsa, a própria comandante e suas assistentes. 


Mesmo que o Nazisploitation tenha ficado mais conhecido com Ilsa, A Guardiã Perversa da SS (Ilsa: She Wolf of The SS, 1975), dirigido por Don Edmonds e que eternizou Dyanne Thorne como a cruel musa do gênero, o primeiro filme do gênero foi Love Camp 7, de 1969, dirigido por Lee Frost, que também fez muitos filmes de exploitation. 

Dyanne Thorne em 1976 fez Ilsa, Harem Keeper of The Oil Sheiks, também dirigido por Don Edmonds, onde ela assume o mesmo papel da primeira Ilsa, mas aplicado em outros contextos: trabalhando para um sheik árabe que importa mulheres para satisfazê-lo sexualmente.

Ela repete a personagem em Ilsa, The Tigress of Siberia (1977), passado em um campo de concentração comunista,  e Greta - Haus Ohne Männer (1979), dirigido por Jess Franco, e que em alguns países, aproveitando a fama da personagem, também teve títulos como Ilsa, The Wicked Warden. Ou seja, Ilsa foi a representação da comandante vil em diversas culturas.
O Nazisploitation foi amplamente explorado pelos italianos como em Gestapo, Esquadrão da Tortura (Le Deportate Della Sezione Speciale SS, 1976) de Rino Di Silvestro, Calígula Reencarnado como Hitler (L'ultima orgia del III Reich, 1977) de Cesari Canevari, Garotas da SS (Casa Privata Per Le SS, 1977) de Bruno Mattei, La Bestia In Calore (1977) de Luigi Barzella e As Noites Rosas da Gestapo (Le Lunghe Notti Della Gestapo, 1977) de Fabio de Agostini.

4 comentários:

  1. Ficou muito boa a resenha, se puder, escreva dos outros filmes da Ilsa:
    Ilsa, Harem Keeper of the Oil Sheiks (1976)
    Ilsa, the Wicked Warden (1977)
    Ilsa, the Tigress of Siberia (1977)

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    1. O segundo filme já está na minha lista pra resenhas futuras.
      Valeu pelo comentário!

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  2. esse é um clássico !!!!!!!!!!! adoro este filme !!!!

    gosto pra caramba tb do Ilsa, Harem Keeper of the Oil Sheiks....esse eu acho q tem um clima exploitation mais no sense......a bomba vaginal é fantástica!!!!!!!

    o mais fraquinho ao meu ver é o Tigress of Siberia.....

    enfim...ótimo post e no próximo Panzercast colocarei este blog como uma ótima dica de filmes Trash, Exploitation, etc....

    Abraços!

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    1. Verdade, Felipe, esse é um grande clássico do exploitation, totalmente recomendado.
      O segundo da Ilsa também é bom, tem umas cenas bem bizarras mesmo. Pretendo postar aqui também.
      Valeu pelo comentário e pela força. Vou adicionar o Panzercast aqui na lista de links.

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